quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Marketing ou Crise de Identidade?

No último domingo, 23 de setembro, fiz prova do concurso público para professor da prefeitura de Goiânia. A redação tinha como proposta um tema bem confuso: A linguagem na construção das identidades e das diferenças. Não sei se minha redação se encaixa muito dentro do tema, até porque fazia anos que não realizava uma redação com temática predefinida, mas pelo menos me serviu de inspiração para escrever um artigo sobre a Identidade do presidente Lula.

Marketing ou Crise de Identidade?

É impossível não admitirmos que as nossas paixões individuais são determinadas pela cultura da sociedade na qual estamos inseridos. Assim, devemos considerar que nosso próprio discurso emerge da atmosfera social, conforme já dizia Mikhail Bakhtin. Esta proposta pode ser observada claramente na identidade do nosso presidente da república.

Durante a década de 1980, a sociedade brasileira estava mergulhada em um ambiente de transição de um período militar e conservador para um ambiente democrático. Àquela época, as palavras de Luiz Inácio Lula da Silva o descreviam como um trabalhador revolucionário que reivindicava melhores condições de trabalho para os brasileiros, vítimas do descaso público com a classe operária e da crise econômica do país.

Após alguns anos e algumas eleições perdidas, podemos identificar uma mudança radical no discurso lulista. Conforme Marilena Chauí, poderíamos chamar essa mudança retórica do Lula de “despolitização da fala presidencial”, dotada de uma máscara discursiva que nega sua capacidade de pensamento e de linguagem. Entretanto, essa despolitização somente foi possível graças às transformações das relações sociais de produção no Brasil, ou seja, uma mudança expressiva nas esferas econômica, política e social.

Dessa forma, podemos observar que a linguagem utilizada pelo presidente Lula em seus discursos representa, nada mais, que uma mudança de sua identidade política, proporcionada pela transformação cultural do Brasil do século XXI em relação à sociedade brasileira da década de 1970 e 1980.

Podemos dizer que a lógica mercadológica atingida pelo elevado estágio de desenvolvimento capitalista do Brasil é o principal objeto de “mutação” da sociedade. Portanto, torna-se evidente a presença de elementos destoantes na fala presidencial, corroborando a ótica subversiva da cultura capitalista. Além disso, é cada vez mais comum observarmos o marketing político colocando palavras na boca do presidente. Ou seria crise de identidade?



3 comentários:

Anônimo disse...

É para ser sincero ou quer um respingado de elogios? Fraca. Lhe falta eloquência, meu caro. Mas está indo bem.

Mc_lalinha disse...

Marketing
shuahsua
com certeza!!
;D
bjus!

Anônimo disse...

Amigo, que presente encontrar seu blog! Mudei-me recentemente para Goiânia, e estou a 'procura' de jazz e música boa... confesso que foi difícil achar! E fui logo achar um blog de um cara que curte história, geografia e música! Ah, aí foi em cheio hein! Grande abraço e parabéns pelo espaço!