quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Consumo sustentável


A abundância dos bens de consumo, continuamente produzidos pelo sistema industrial, é considerada, freqüentemente, um símbolo do sucesso das economias capitalistas modernas. No entanto, esta abundância passou a receber uma conotação negativa, sendo objeto de críticas que consideram o consumismo um dos principais problemas das sociedades industriais modernas.

Os bens, em todas as culturas, funcionam como manifestação concreta dos valores e da posição social de seus usuários. Na atividade de consumo se desenvolvem as identidades sociais e sentimos que pertencemos a um grupo e que fazemos parte de redes sociais. O consumo envolve também coesão social, produção e reprodução de valores. Desta forma, não é uma atividade neutra, individual e despolitizada. Ao contrário, trata-se de uma atividade que envolve a tomada de decisões políticas e morais praticamente todos os dias. Quando consumimos, de certa forma manifestamos a forma como vemos o mundo. Há, portanto, uma conexão entre valores éticos, escolhas políticas, visões sobre a natureza e comportamentos relacionados às atividades de consumo.

No entanto, com a expansão da sociedade de consumo, amplamente influenciada pelo estilo de vida norte-americano, o consumo se transformou em uma compulsão e um vício, estimulados pelas forças do mercado, da moda e da propaganda. A sociedade de consumo produz carências e desejos (materiais e simbólicos) incessantemente. Os indivíduos passam a ser reconhecidos, avaliados e julgados por aquilo que consomem, aquilo que vestem ou calçam, pelo carro e pelo telefone celular que exibem em público. O próprio indivíduo passa a se auto-avaliar pelo que tem e pelo que consome. Mas é muito difícil estabelecer o limite entre consumo e consumismo, pois a definição de necessidades básicas e supérfluas está intimamente ligada às características culturais da sociedade e do grupo a que pertencemos. O que é básico para uns pode ser supérfluo para outros e vice-versa.

A felicidade e a qualidade de vida têm sido cada vez mais associadas e reduzidas às conquistas materiais. Isto acaba levando a um ciclo vicioso, em que o indivíduo trabalha para manter e ostentar um nível de consumo, reduzindo o tempo dedicado ao lazer e a outras atividades e relações sociais. Até mesmo o tempo livre e a felicidade se tornam mercadorias que alimentam este ciclo. Em suas atividades de consumo, os indivíduos acabam agindo centrados em si mesmos, sem se preocupar com as conseqüências de suas escolhas. O cidadão é reduzido ao papel de consumidor, sendo cobrado por uma espécie de “obrigação moral e cívica de consumir”.

Mas se nossas identidades se definem também pelo consumo, poderíamos vincular o exercício da cidadania e a participação política às atividades de consumo, já que é nestas atividades que sentimos que pertencemos e que fazemos parte de redes sociais.

O consumo é o lugar onde os conflitos entre as classes, originados pela participação desigual na estrutura produtiva, ganham continuidade, através da desigualdade na distribuição e apropriação dos bens. Assim, consumir é participar de um cenário de disputas pelo que a sociedade produz e pelos modos de usá-lo. Sob certas condições, o consumo pode se tornar uma transação politizada, na medida em que incorpora a consciência das relações de classe envolvidas nas relações de produção e promove ações coletivas na esfera pública.

A idéia de um consumo sustentável, portanto, não se limita a mudanças comportamentais de consumidores individuais ou, ainda, a mudanças tecnológicas de produtos e serviços para atender a este novo nicho de mercado. Apesar disso, não deixa de enfatizar o papel dos consumidores, porém priorizando suas ações, individuais ou coletivas, enquanto práticas políticas. Neste sentido, é necessário envolver o processo de formulação e implementação de políticas públicas e o fortalecimento dos movimentos sociais.

O consumo tornou-se um lugar onde é difícil “pensar” por causa da sua subordinação às forças de mercado. Mas os consumidores não são necessariamente alienados e manipulados. Ao contrário, o consumidor também pode ser crítico, “virando o feitiço contra o feiticeiro”. O consumidor “também pensa” e pode optar por ser um cidadão ético, consciente e responsável. Podemos atuar de forma subordinada aos interesses do mercado, ou podemos ser insubmissos às regras impostas de fora, erguendo-nos como cidadãos e desafiando os mandamentos do mercado. Se o consumo pode nos levar a um desinteresse pelos problemas coletivos, pode nos levar também a novas formas de associação, de ação política, de lutas sociais e reivindicação de novos direitos

Consumir exige responsabilidade. Somente com a conscientização do indivíduo, políticas públicas sustentáveis, e ações sociais, poderemos construir um mundo mais humano e ético. Devemos impor nossas regras e não deixar que as relações de consumo prevaleçam em nossa sociedade. É necessário mudarmos rapidamente nossa forma de agir, se não quisermos ser vítimas da auto-destruição humana.

7 comentários:

Anônimo disse...

Olha sá a inveja...seria bom uma argumentaçao plausível como comentario,ao invez de tao somente deixar palavras soltas e vagas ou simplesmente uma "eloquencia" antes pesquisada antes no dicionario! Va em frente rapaz..vc é muito bom..e tem futuro!
Anonimo!

Anônimo disse...

Como já pensava, devo então ser mais 'plausível'. É sempre esperado que admitam crítica como inveja de pessoas que não aceitam a degradação de seus egos semi-deuses. Minha crítica foi construtiva, deveras falta-lhe eloquência, o argumento e persuasão são notáveis. Se quer um amontoado de elogios, posso conotar também. Mas para isso, creio eu, que ele já tenha uma mãe ou um pai, ou auto-senso. Minhas palavras soaram-lhe soltas e vagas? Pois tentei ser direto e curto, ou devo assinalar e incandescer os erros de gramática e linguística de Zé cabelo? Fato é que pesquiso palavras no dicionário, justamente para não cometer a gafe de errar a grafia de palavras como'invés' e outras acentuações esdrúxulas. Algum problemas em apetite por conhecimento?

Mas não comento mais, as dores são tomadas pelos macacos da platéia. Sucesso para você, jovem escritor, escritor jovem.

Anônimo disse...

Baixaria......inveja...."amigo(a)" do Zé Cabelo!

Anônimo disse...

...melhor dizendo: amiga do Zé Cabelo,neah?

Anônimo disse...

vai tomá no meio do oio do seu cu com essa eloquencia sua vai?kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

José Roberto disse...

Adoro o barraco pegar fogo... e o bao eh q n to nem ai. So peço que se meu blog incomoda alguem, por favor procure outra coisa p navegar. Meu blog foi criado para que haja um ambiente harminioso e n essa baixaria. Estou aberto a criticas e elogios, mas n aceito baixaria. Portanto, se a intençao eh causar intriga... por favor, vá caçar o q fazer.

Anônimo disse...

Sim, provavelmente por isso e